Da língua a manifestação poética

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A Criação de Adão por Michelangelo 


A escrita é parte essencial na composição da história humana. Em todos os períodos, manteve viva a essência das épocas: costumes, pensamentos e cultura. Mais do que um conjunto de fonemas, constituindo e auxiliando em nossa comunicação, a palavra, falada e escrita, carrega um poder muito mais constituinte e profundo: é a voz da consciência, a alma da humanidade.    
       
            Assemelhando-se à complexidade humana, a linguagem apresenta uma variedade infinita de usos, de acordo com o contexto social da qual se faz necessária, naturalizada de tal forma que muitas vezes não nos damos conta dos sentidos que carrega. Mikhail Bakhtin, importante filósofo e pensador russo, um dos mais importantes estudiosos do assunto, afirmou em seus estudos: “
falamos apenas através de gêneros sem suspeitar que eles existam, pois eles nos são dados da mesma forma da língua materna”  

            Dante Alighieri, ao escrever A Divina Comédia, utilizou dos dogmas religiosos e da cultura greco-romana em seus versos que marcou o Humanismo e a sociedade em que vivia. Séculos depois, Jack Kerouac estabiliza o que seria conhecido como Geração Beat, aborda em seus textos de estilo espontâneo e corrido, e com não raros desvios gramaticais, a contracultura e suas experiências de vida carregados de sexo, drogas e viagens ao Oeste, numa sociedade bastante conservadora. Autores diferentes, em estilos e contextos diferentes, assim como tantos outros através da história, carregam em si o prisma que os assemelham e diferem em igual partida: o gênero discursivo.  

            Conforme Bakhtin afirmou, gêneros discursivos nada mais são do que formas relativamente estáveis de enunciados, que se adequam aos contextos, abrindo um leque de possibilidades para expressão humana – seja da forma que for.
     
Dante e Virgílio no Inferno por William-Adolphe Bouguereau

            É comum a identificação criada ao nos depararmos com obras de outros autores, que nos tocam, inspiram e causam emoções, entretanto, é igualmente comum nos deparamos com esse receio de expor a nós mesmos, o que sentimos. Nós, do Ciber Poesia, acreditamos e principalmente valorizamos o artista em cada um de nós, e para exemplificar da melhor forma possível anexamos abaixo os links de alguns trabalhos feitos por nossos colaboradores para mostrar as particularidades em cada um de nós.



Mapa a mão feito por Jack Kerouac, mostrando suas viagens pelos EUA
Gabriel Rodrigues: O Menino e o Quarto Escuro
Lucas Fantin: Seja.
Lucas Lunguinho: Damnum Fidei
Marcio Roberto: Palavras Repetidas, Palavras Incompletas.

            Queremos muito ouvir a opinião de vocês! Comentem o que acharam sobre os trabalhos e produza também! Afinal, expressar-se não é monopólio de alguns, mas sim necessidade de todos nós. 




Por Lucas Lunguinho em 22-10-16


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