Notas Visuais: Entrevista com Susano Correia.

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Entrevista a Susano Correia, artista que se expressa baseado nas condições humanas em ilustrações que contém experiências do mesmo. Susano é um artista que carrega uma bagagem crítica e reflexiva diante a humanidade e traz para uma realidade alternativa a questão geral em ilustrações com traços próprios, carregados de personalidade. Podem ser encontrados em seu Instagram, Facebook e também em vídeos no YouTube.
Susano, quantos anos você tem e com que idade começou seus projetos?
Tenho 27 anos. Enquanto artista acredito que arte e vida são indissociáveis num determinado processo, então meu projeto existencial começou quando eu nasci que veio a desembocar nos meus projetos artísticos atuais. Comecei ainda na infância a desenhar, mas a série embruxados teve seu primeiro exemplar a uns 2 anos
Você já fez alguma faculdade com ou sem relação a suas obras?
Cursei Artes Visuais na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Penso que o curso tem relação com os meus trabalhos, porque vivi muito tempo lá, tive muitas experiências, experiências que se manifestam em meu processo.
Você produz ou já produziu suas obras fora do meio digital? Se sim, descreva o projeto.
Normalmente eu produzo fora do meio digital, desenhos e pinturas, apenas publico nas redes.
Você se considera um poeta contemporâneo?
Eu trabalho com a perspectiva de gerar sentido e não de deter o sentido, portanto é uma leitura válida. Mas não costumo ficar me considerando alguma coisa, para que não me torne pedante.
Susano, quais são suas maiores motivações?
Sou motivado pela beleza, pelo mistério, pelo amor, e por algumas pessoas que estão relacionadas com os motivos anteriores.
Como foi a introdução de sua arte ao mundo digital?
Eu criei um blog em 2010 para publicar meus trabalhos porque eu sentia a necessidade de construir um público, em 2011 criei uma fanpage e segui publicando meus trabalhos religiosamente, independente de qualquer visibilidade, em 2015 comecei a ter alguma visibilidade e em 2016 aumentou consideravelmente.
Suas exposições tomaram forma em 2011, qual foi a sua maior dificuldade e seu maior orgulho dentre as exposições até os dias atuais?
Até este ano possuía apenas exposições coletivas. Meu maior orgulho foi minha primeira exposição individual que ainda esta acontecendo e teve recorde de público no Museu em sua abertura (até 09/09/16 na Fundação Hassis – Florianópolis). As dificuldades são diversas, de vários tipos, começando por estar deslocado de um eixo cultural, em um país que sabota a cultura desde a formação escolar (esse é um problema que abre um leque de outros problemas). E também, por fazer um trabalho comprometido, sem a pretensão de apelo comercial, enfim...
Suas obras carregam um peso emocional muito elevado, como você identifica a reação do público em relação a sua arte? Há uma aceitação emocional como se você os entendesse?
Sim, eu trabalho subjetivamente com assuntos que dizem respeito à condição humana, e por isso é muito natural que as pessoas se identifiquem e até se sintam representadas. Escolho significantes que considero potentes, tudo isso somado as minhas experiências pessoais, emocionais, e meus estudos.
Em relação a suas mídias digitais, dentre o Facebook, Twitter, Instagram e Youtube, qual dessas redes te ajudou mais a mostrar ao mundo a sua arte?
As que mais uso são o Facebook e Instagram, apesar de gostar muito do Youtube e querer realizar um projeto maior por lá, mas ainda preciso vencer algumas etapas.
Para você, como a poesia (em suas diversas formas atuais) ganhou tanto espaço?
A poesia ganha espaço porque misteriosamente estamos vivos, nem o motivo nem o sentido da vida estão dados, é preciso ser criado. A poesia é a manifestação da beleza na lacuna desse mistério, é quando por uma determinada circunstância temos a sensação que tudo faz sentido. É a certeza que antecipou o motivo. Precisamos da poesia, porque sim.

Por Lucas Fantin Pinheiro.
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