Flanar
vem de flâneur, palavra francesa que
tem sinônimos e significados como: vagar sem rumo, perambular.

Antes da era digital, a poesia era
sentida de uma maneira diferente, em meio a livros, sentimentos, a escritórios
e condições de escritas. O cheiro de tinta e a pena dançavam pelo papel, como
se estivessem em terapia emocional de um poeta que ali sentia a perda, ou a
conquista. Ele fazia jus ao flâneur
pessoal por passar por tantas provações que expressava em seu papel, fazendo
com que os leitores também pudessem sentir e se sentir nas mesmas condições,
causando um estranhamento emocional, saindo da zona de conforto, onde o sujeito
perambula por outras verdades, revendo seus valores.
O flanar em si é o que uma poesia tem
de oculto, te fazer passear entre as metáforas e frases de efeitos, mas, alguns
poetas simplesmente utilizam de recursos que apenas alguns lugares têm. Pedro Antônio Gabriel Anhorn, ou como
conhecido por “Eu Me Chamo Antônio”,
começou suas obras na mesa de um bar no Rio de Janeiro, com papeis guardanapos,
e assim nasceu a peculiaridade e particularidade de seus poemas e frases de
impactos. Isso é um flâneur, ir sentir a cidade, sentir o desconhecido sem ao menos ter
essa objetividade.
Para o pseudônimo de um jornalista,
João do Rio: “Flanar é a distinção de perambular com
inteligência. Nada como o inútil para ser artístico. Daí o desocupado flâneur
ter sempre na mente dez mil coisas necessárias, imprescindíveis, que podem
ficar eternamente adiadas”.
Atualmente, o flanar está
ligado às novas tecnologias de maneira diferente. Filtramos o que queremos ver,
e disso vamos navegando em meio à pré-escolhas que já fizemos, é um novo mundo
que cativamos, repleto de informações e poesias com as mais novas formas
escritas e expostas. Alguns autores escrevem digitalmente, com softwares, criam uma tipografia e até mesmo um estilo de desenho que traz personalidade e unidade, afinal, traços e tipos de escrita são um
diferencial nesse âmbito.
Há também a transição do
analógico para o digital; onde uma poesia ou um desenho feito à mão, aos cuidados
artesanais são fotografados e partilhados pelo meio digital e publicados em
suas redes sociais. O Pedro Antônio e o Susano são
exemplos disso, mas, jamais tirando o fato de que eles também realizam exposições e vendem
suas artes de forma física.
Essa mistura de analógico e digital se dá, não somente do criador com o seu conjunto de flanar (online, cidade) ou do manuscrito ao digital, mas, principalmente da formação dos sentidos de quem consome, por exemplo, a impressão do apreciador de exposições virtuais tendo experiencias em ambientes físicos, e o contrário também ocorre, do contemplador de conteúdo tateável tendo impressões de trabalhos online, cada caso e cada experiência diferente de flâneur produz uma perspectiva diversa.
TWITTER
Essa mistura de analógico e digital se dá, não somente do criador com o seu conjunto de flanar (online, cidade) ou do manuscrito ao digital, mas, principalmente da formação dos sentidos de quem consome, por exemplo, a impressão do apreciador de exposições virtuais tendo experiencias em ambientes físicos, e o contrário também ocorre, do contemplador de conteúdo tateável tendo impressões de trabalhos online, cada caso e cada experiência diferente de flâneur produz uma perspectiva diversa.
Por Lucas Fantin em 19-10-16
Para você que acompanha as nossas postagens, confira também nossas redes sociais!
0 comentários: