Não é de hoje que a poesia
inspira. Ela, que é feita por meio de canções, versos, imagens e de tantas
outras formas, é capaz de mexer com o leitor e, assim, gerar sentimentos
íntimos que são entendidos individualmente.
Criada para transmitir beleza,
por conta de seus versos organizados, e para melhor memorização de hinos
religiosos, hoje, na era tecnológica, observamos sua popularidade através de
posts em redes sociais e com grande número de compartilhamentos.
A introdução da poesia na era digital fez com
que a mesma evoluísse absurdamente através de grandes recursos utilizados por
autores para trabalhar com as sensações do consumidor. Uma vez que a poesia sai do papel, se
tornando algo digitalizado, é possível para o autor deixá-la ainda mais bela,
inserindo imagens, utilizando a tipografia digital e, claro, compartilhando
diretamente para seu público alvo (seguidores) que, ao se identificar com tal
postagem, clicam no botão “compartilhar” fazendo com que a imagem se propague
na web, atingindo assim números cada vez maiores de compartilhamentos e
visualizações.
Já dizia Bauman que o consumidor busca sensações visuais agradáveis para
tentar escapar da agonia da insegurança.
E é aí que o poeta do século XXI ganha pontos. Em um mundo tecnológico,
torna-se mais fácil motivar o leitor a consumir poesia, uma vez que os artifícios
digitais tornam o trabalho encantador aos olhos de quem lê. Desde um poema
colocado sob uma imagem comovente, a frases escritas com a utilização da
tipografia para chamar a atenção. A motivação do leitor em consumir cada vez
mais conteúdo poético vem tanto do prazer estético presente, quanto ao
sentimento que lhe é proporcionado.
Tudo bem que as características
individuais do ser fazem com que cada um tenha um modo de visão diferente e,
assim, o indivíduo interpreta a poesia consumida de acordo com seu
comportamento ou com a situação que vive atualmente. Por exemplo, uma poesia que fala sobre saudade pode
remeter à saudade um homem que acaba de se separar, enquanto a mesma frase pode
fazer outra pessoa lembrar-se de um ente querido já falecido. Mas, mesmo com
interpretações diferentes, ambos que foram realmente tocados pelo que foi lido,
passarão o post adiante, fazendo com que mais pessoas o interpretem à sua
maneira, sintam e continuem o processo de compartilhamento.
Graças à necessidade do
interlocutor em consumir produtos que lhe proporciona diferentes sensações, a poesia digital tende a crescer cada vez mais, garantindo seu lugar
em diferentes linhas do tempo do Facebook, do Instagram e de outras redes
sociais. Seu significado pode ser dos
mais variados, interpretado de inúmeras formas por pessoas distintas, mas ela
sempre estará proporcionando uma experiência estética.
Por Thays Alves em 13-09-16
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